quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

In-vestir

Gosto de palavras. De lhes estudar a forma e conteúdo. Gosto de despi-las e ver o que contêm dentro. Ressignificar. Gosto de lhes ampliar os significados e torná-las mais significantes. Que me tragam leveza, que me façam rir e me surpreendam, como uma criança curiosa que acaba de descobrir uma cena nova e gosta de partilhar pelos sete cantos do mundo.

E eis que sou surpreendida com a brincadeira  que em tempos fiz com a palavra investir (tornar a vestir ou vestir dentro).

E na linguagem corrente do mercado é a palavra da ordem "investir para crescer". E a pergunta é como quero vestir dentro, como quero crescer?

Que casa quero construir dentro? Do que ela precisa para me fazer feliz, para saciar a vontade, atingir o o sonho/ objetivo?

De que é feita a estrutura? Com materiais sólidos e resistentes e flexível para suportar novas vestimentas?

Fazendo a analogia com o corpo humano, como está a comunicação entre todos os órgãos e entre sistemas? A malta cá dentro anda feliz? Saudável por dentro e por fora?

Aquilo que penso está de acordo com o que digo, sinto e faço?

Quando estamos ligados ao instinto respondemos de acordo com a emoção, há subjacente um querer saciar o desejo latente e depois entra o intelecto que vai pensar como pode criar resposta a essa necessidade. E o corpo enquanto agente passivo responde a estes dois condutores.

Quando o inteleto está ligado com todo o organismo vivo cria em função do seu bem comum, está conectado a uma vontade superior e mais permanente, há uma clareza maior na estratégia independentemente das formas que possa assumir. E é a partir daí que o sentir e a ação se ligam para concretizar. As emoções deixam de estar no comando do movimento e entram em fluxo para que a circulação ocorra e o oxigênio circule no corpo e este execute. Deixamos de ser escravos do impulso.

Pensando no mundo das empresas temos a direção, o inteleto, que pensa a ideia e que terá de comunicar ao organismo vivo que é o recurso humano. Este responde ou por impulso ou em fluxo, no primeiro gera entropia, no segundo gera e potencia energia, fazendo com que a empresa evolua e cresça mais "coxa" ou saudável.

Num momento em que a sociedade pede uma mudança de paradigma quer ao nível de valores quer de estrutura, educação, política, social, saúde e económica, é tempo das pessoas olharem mais para si, reverem valores e estruturas assim como empresas.

Love the in-vestment in yourself and feed your inner home to build a love market.

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