sexta-feira, 8 de julho de 2011

Benchmarketing

Para uma implementação efectiva no mercado há que fazer o respectivo planeamento. Definir a estratégia, o posicionamento e concretizar a entrada com a devida diferenciação. Para isso tem que se perceber como os outros actuam. O que já existe e como existe. E como podemos fazer melhor.

Contudo, por vezes há mais vontade de evidenciar a diferença, do que concretizá-la. Um erro comum, por incapacidade de fazer diferente, ou por ser mais fácil colaborar com o sistema vigente. Também é isso o benchmarketing, comparar o que existe e implementar aquilo que efectivamente já tem garantias de sucesso garantido.

Ontem diziam-me ao telefone "pois realmente eu tenho a pretensão de ser, mas a realidade é que ainda não sou". É bom voar. Sem dúvida. Mas convém que os pés também conheçam o chão. E saibam passo a passo construir uma estrutura sólida e sustentável.

Quase como parênteses esta ideia aqui jogada fez ligação para o assunto que se seguiu, a discussão da "política de preços". Ora, as áreas intelectuais e criativas são difíceis de regulamentar, não se tratam de produtos pré-feitos em que vou à loja pego o que mais me agrada e pago na caixa. E a discussão prendia-se com o efectivamente já se encontrarem disponíveis na web produtos pré-feitos e já acabados. Encontramos hipermercados online de logótipos e sites, ao preço da "uva mijona". É uma realidade, ela existe, porque há compradores.

Agora como se compara o incomparável? Não há argumentos contra factos. Apenas assumir que esta realidade existe paralelamente às empresas que se dedicam à criação de soluções criativas personalizadas.

A premissa de que o produto vale aquilo que o cliente está disposto a pagar é verdade, mas tem o seu Q. Se um cliente está disposto a pagar por um Renault não pode exigir os mesmos benefícios do que o BMW. No mercado da roupa igual, se compro Zara, não posso exigir a qualidade de uma Gucci.

Na vertente de produtos pode ser mais fácil fazer este tipo de comparação, é palpável, mas na área de prestação de serviços, pode ser mais difícil de arranjar instrumentos de medição. E tudo se resume com o valor-função que atribuímos a cada objecto (produto/serviço). Se preenche na íntegra a necessidade sentida.

Como posso comparar mercados que ainda que tratem o mesmo sector, em nada se assemelham. São mercados paralelos. Existem abordagens diferentes, nem é mau, nem é bom. É o que é. Mas quando o cliente coloca tudo no mesmo saco, ainda que assuma que há uma diferença, alguma coisa está mal.

Em comunicação sempre ouvi dizer que o excesso de informação também provoca desinformação. Será este o caso?

A razão das empresas existirem são os seus clientes. Mas quando a oferta é muita, há empresas que ficam estranguladas pelo próprio mercado. É também a lei da selecção natural.
Todavia, o cliente adquire maior poder de escolha, influindo directamente a política de preços. Torna-se mais exigente, quer qualidade, eficiência, rapidez ao menor custo possível. Para cumprir esses requisitos as empresas estão constantemente a "reinventar-se", para adquirir novas fórmulas para se manterem na linha da frente. É óptimo manter este desafio constante, mas cada vez mais temos um mercado de produtos descartáveis em detrimento a valores como qualidade e durabilidade.

Na crise de valores morais e financeiros do vale tudo para chegar mais rápido, perde-se a Consistência e o Acreditar naquilo que se está a criar (empresa/produto/ serviço).

Veste-se por fora, em vez de se vestir para dentro (in-vestir).

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